No aparente vazio
Tenho tudo preenchido,
Não há o nada sem o tudo dentro de mim.
Às vezes tudo parece confuso
Mas tudo está na ordem do princípio.
Margeio as fissuras de minhas tantas narrativas
E caio nos abissais labirintos de minhas lembranças;
Estremeço o corpo ao sentir as minhas verdades
Aos gritos pela consciência do mundo
Que ferem meus sentidos a cada toque.
Sou cheio do mundo,
Me dano na sua vastidão de luzes e trevas,
E soluço nos seus umbrais.
Tentando na sanidade fincar meus pés,
Acordo antes da visão absoluta
Para o que vejo e o que sinto
Não me estabilizem na totalidade
Arrogante das aparências.
Poesia de Jacinto dos Santos
Foto: by Jacinto dos Santos