quarta-feira, novembro 17, 2010

No Tudo ou no Nada







No aparente vazio

Tenho tudo preenchido,

Não há o nada sem o tudo dentro de mim.

Às vezes tudo parece confuso

Mas tudo está na ordem do princípio.

Margeio as fissuras de minhas tantas narrativas

E caio nos abissais labirintos de minhas lembranças;

Estremeço o corpo ao sentir as minhas verdades

Aos gritos pela consciência do mundo

Que ferem meus sentidos a cada toque.

Sou cheio do mundo,

Me dano na sua vastidão de luzes e trevas,

E soluço nos seus umbrais.

Tentando na sanidade fincar meus pés,

Acordo antes da visão absoluta

Para o que vejo e o que sinto

Não me estabilizem na totalidade

Arrogante das aparências.



Poesia de Jacinto dos Santos
Foto: by Jacinto dos Santos