segunda-feira, julho 09, 2007

Minha casa



Sentado num banco de praça
Tive meu tempo nas mãos
E segurando-lhe firme
Passei a cozer minhas lembranças
Em tecido de fibra transparente.
Eu acho que minha casa se inundou de vento:
Minhas lembranças,
Minhas marcas,
Meus cantos...
Tudo conta uma história de mim.
Parto-me em pedaços,
Mas nada me impede de continuar inteiro
No tempo-espaço do que sou.
Minha casa, a guardo comigo;
Dela nunca me perco,
Pois, dentre tantas,
Valho-me da primeva.
Então:
Cá dentro tudo me aquece
Lá fora tudo agoniza
Cá dentro os anjos me seguram pelo colo
Lá fora a dor me contorce
Cá dentro vejo amor
Lá fora horror
O tempo está passando!
Uma luz suave me toca
Sopra-me um raio na alma
E diz: - Amor.
Meu corpo vira cristal
E começo partir cores

2 comentários:

ANALUKAMINSKI PINTURAS disse...

Belíssima imagem, a desta porta enfeitada de folhas e flores, verdes e azuis, luz e sombra!!! A foto é tua? Muito linda, merece ser ainda mais poetizada. Abraço alado!

ANALUKAMINSKI PINTURAS disse...

Bom revisitar teu jardim!

"Meu corpo vira cristal
e começo a 'parir' cores" !

Abraços azuis.