
Começo a desconfiar
de que tem pegadas demais no meu caminho.
Parece que a dança de Matisse
tem rodado demais na minha estrada
e já estou ficando tonto de tanto rodar.
Rodo a roda,
rodo o mundo e minhas cores desbotam na aguarrás.
Não sei se estou pesando muito no chão,
mas começo a desconfiar
de que tem lama demais no pântano
e apelo para que o lírio sorria ileso e branco,
ao menos alguma coisa verdadeira começo ver
dando certo na água podre.
Loucura, Van Gogh que o diga com suas pinceladas
na minha cara suja do piche do asfalto quente
que não nasce um girassol.
Gira, gira mundo,
Estou ficando tonto de tanto girar.
Pode ser labirintite a confusão na minha cabeça,
mas acredito que os becos, as vielas, as ruas cruzadas
não estão dizendo nada, nem onde chegar.
E gota a gota a torneira aberta
me joga a vida a fora
e me lambuzo no carmim
do pincel nervoso do artista
e me faço tela de pintar.
7 comentários:
Pelo simples prazer de deixares seguir pelas tuas pegadas poéticas...Obrigada!!!
beijos pintados na tela de tua alma.
a vida é demais.
demais em seu lodo, em sua queda
d'água, em sua finitude sobre nós.
[psiu... apaga esses "See Please
Here". é tudo vírus!]
beijos!
:*
Que canto maravilhoso e delicado professor!
Palavras que nos pegam pelas mãos e nos levam até o coração...
Bravo!
Cheiros!
Em alguns momentos, parece que até mesmo (ou apenas) a vertigem nos leva adiante, para um lugar desconhecido, talvez desejado, em que possamos nos sentir imersos no sem-fim... Um beijo carmim, amigo!
ô, menino, para de rodar a si e bota para rodar teu blog! saudades daqui! beijos.
Nossa!!!
Por isso Professor é que te admiro...
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