segunda-feira, junho 04, 2007

Princípio



Uma faca corta-me a alma
Atirando-me nos entulhos do mundo.
- Se doeu?
Fiquei-me mutilado e vazio
Distante de meu ar,
De meu sopro de vida.
Se é história o corpo esquartejado,
É porque é muita a narrativa
De minha existência.
Trago agora minha alma no colo
E choro-lhe a despedida.
- Se lamento?
Talvez tenha frio,
Não, acho que sede.
Sede de mim,
Sede dos eus,
Agora tenho um quadro que se pinta a sombra
Com o sangue do rio Letes
Conduzindo-me numa gôndola ao caos.
- É fim?
Não!
Pois, era uma vez...

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