segunda-feira, maio 28, 2007

Eu


Um som abre minhas portas
Das paralelas e sinuosas estradas
Onde corro e me perco em labirínticas
Vielas turvadas pelas névoas frias
Dos infindos canais abissais.
Eu suo,
Eu rasgo o travo amargo do doce.
Eu cuspo a noite da lua nova,
Eu brado o corpo etéreo
Encarcerado na carapaça do tempo.
Eu traduzo o verbo silencioso
Que ensurdece meu ar.
Eu tenho asas que não voam
Mas voa minha sombra.
Meus pés calejam na plumagem
Suave das desconhecidas entranhas
De meu ego.
Eu vibro as notas dos acordes
Sinistros de uma efêmera existência.
Eu agonizo a alegria
Dos trânsitos congestionados.
Eu anseio por flutuar sobre as profundezas abismais da consciência.
Eu tenho febre de esperança substancial.
Eu sou um grão partido de um cometa
Enterrado na estrela cadente.
Eu me abro ao jugo das emoções todas
Cruzando portais virtuososDas filigranas venturas imponderáveis do alvorecer.

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