domingo, maio 27, 2007

Trama



Hoje amanheci com sede de veneno,
Pego o cálice e o encho
Daquele que você um dia preparou para mim.
Vou tomando devagar,
Saboreando, degustando gota a gota...
Minha cabeça fica tonta
Tudo gira ao meu redor...
Tenho vontade de vomitar,
Mas recuo...
Um silêncio, uma brancura, um vazio...
A dor!
É apenas uma metáfora perdida na gaveta.
O que tenho agora é mais sede de veneno...
Acho que me viciei!
Você pode estar pensando que veneno
É palavra que pesa,
Mas não, o que realmente pesa
É a sua ignorância
Sobre minha alma.
Tudo para você parece às vezes um inchaço
Que mais parece que vai estourar.
Acredito que seja o veneno que arrotas
E te pesa a alma.

- He he he he...

Você deve estar pensando que meu riso
É louco,
Que deve ser o veneno
E ele, por certo, me lançou no abismo,
Ou melhor, no labirinto de minhas palavras embriagadas.
Pode ser!
Mas só para você...

- Você me pergunta: que sabor tem seu veneno?

Ora, é doce, pode acreditar,
Acredito que mel...
Não, é... sei lá!
Não importa,
O que importa é que estamos aqui
Loucos, amados, amassados...
- Te aplaudo e brindo com seu veneno,
Saúde eterna!
Enquanto durar nossas tramas de amar.

Nenhum comentário: